Aí está a esperança outra vez!
Semelhante à Primavera a esperança traz-nos novamente um sorriso largo do coração. Surge como um raio de sol penetra por entre as núvens e nos enche de admiração.
É a esperança de finalmente podermos espectar mais justiça, um novo rumo, um novo começo, uma nova vida, um Portugal outra vez jovem e dinâmico. Mas sinto que junto à esperança está um menino chamado inocência de quando ainda era infante. Por um lapso de tempo surge esta esperança pura que todos ansiamos. Mas junto à esperança está uma obscuridade cujos efeitos e acções expectantes, desconhecemos, eu desconheço.
O governo caiu ao fim de 11 dias. Parece ser bom e justo que tenha assim acontecido, mas não parece bem que outra vez, tenhamos sido apanhados ansiosos por algo que nos não poderão dar.
Que alegria ver a alegria do Bloco de Esquerda, da Catarina Martins e da muito competente Mariana Mortágua e que bonito sentir a firmeza sempre resiliente do PCP, da CDU. De facto, no PCP, somente naquele partido, encontramos um líder humilde, trabalhador, escolhido pelos seus camaradas, como o rosto dos ideais que defendem e proclamam. Que mal poderemos apontar a Jerónimo de Sousa, que não o pudéssemos suportar em nós próprios? Ninguém pode derrotar a humildade, nem o trabalhador, nem a simplicidade, pois são virtudes humanas muito preciosas para o nosso carácter. E, depois, de do outro lado morar o convencimento e a jactância e a soberba do PSD, vemos no meio um PS frágil, moribundo, sem virtudes, com um líder desvirtuado, sem valor, sem sustentação, à espera de um julgamento e penalidade já prometidas. É este, o Sr. António Costa, sobre quem recai a fama de traidor do seu líder de partido, que traiu directo, ali, na Praça Pública, que abalou o partido, dividiu-o internamente, que depôs António José Seguro, rápido, sem congresso extraordinário, sem nada, mesmo ali, aos olhos do povo, é este que nos vai dirigir? Rumo à esperança?
Foi também aos olhos do povo, que, os determinantes do PS mostraram novamente os abraços áquele, os mesmos que abraçaram antes, do mesmo modo, António José Seguro, e o trairam também.
Agora sim, agora era a hora de se conseguir vitória eleitoral segura e por maioria, não como a vitória tímida de Seguro nas europeias. Mas na verdade, agora, foi a hora em que Costa caiu. Caiu longe de onde se esperava, nem por poucochinho ganhou.
Agora, se levantou o caminho, para cair ainda mais e mais adiante e ainda mais longe, quando os opositores do partido lhe puderem deitar a mão e fazer justiça.
A nossa esperança é, por pena minha, somente uma alegria momentânea, um recordar de que ainda existe a esperança, mas que o que esperamos não está lá.
É este homem, que depois de cair se encolheu, ladeado pelo jovem Bloco e o sábio PCP. Agora ali, protegido entre eles, ainda vai atrever-se a governar.
Não queremos mais os outros, mas dos que queremos acolhem entre eles, um que tem um juízo pendente, fugido do seu destino, e na posição de líder de uma alternativa.
A revolução esperada, não poderá acontecer. O que pouco acontecer, certamente são os influxos e determinações da esquerda, à esquerda. Ter o desejo de um Portugal justo, onde todos possam viver dignamente não é um extremismo. Os que têm medo de perder o que lhes nunca pertenceu, mas que retêm como seu, esses, chamam de extremismo, é a extrema esquerda dizem, e preparam-se para fechar as portas do Capital que pertence ao povo, a todos, e em especial aos deserdados, e roubados nos seus salários, os trabalhadores. Aqueles trabalhadores que verdadeiramente produzem tudo o que se consegue produzir. Costumo dizer para comigo, que se a direita fosse justa, todos seríamos previlegiados. Como a direita sempre se esquece dos que lhe dão força, ganham a Mercedes, Porche, Lamborghini, BMW, mas acabam perdendo eles. Ou seja, no final, sempre ganha a Alemanha. Eles já não têm qualquer receio de qual seja o governo que os portugueses elejam. Afinal, já praticaram com a Grécia, bem podem dizer: Ora venham lá eles!
Poderia ser a Primavera, mas ainda não é. Há uma esquerda, essa se pode dizer extrema, que sabe exatamente de que sofremos, sabe o que deveríamos fazer, mas o povo ainda não quer.
Ora se não saimos do Euro, como podemos fazer melhor que o PSD/CDS.
Qual será então esse plano? Vai a esquerda a Bruxelas pedir renegociação da dívida, redimensionamento desta, melhores juros, ou seja, mais baixos ainda, dizer que não pagamos mais, por enquanto, ou enquanto o PIB não crescer o suficiente?
Ora os alemães já conhecem esse lenga-lenga, e os holandeses, também querem receber bem contado com todos os juros devidos, todo o capital público aplicado em países como o nosso.
Que vão então fazer que nos dê esperança?? Aumentarão os salários e pensões, aumentando a dívida, e o povo, cada qual por si, já não irá investir, irá agora poupar, com cautela. E como vai subir assim o emprego, se a qualquer tostão gasto, gasto é com os artigos importados e não de produção nacional. Afinal já quase não a temos.
Pois podem legitimamente me perguntar a este momento em que mais pareço um crítico que um ponderador: O que farias tu? ou seja, perguntam-me, o que fazia eu, então?
Pois... pois... bem, lembro-me da resposta aturdida do Obelix quando foi obrigado a finalmente assumir o seu papel no Teatro romano: no seu íntimo: não sei, mas bem audível para todos ouvirem: QUE SE LIXEM OS ROMANOS! Foi uma deixa explosiva, simples, directa, sincera, verdadeira e coerente com a sua condição de um bom Gaulês.
Transcrevendo e adaptando à minha circunstância, só teria que trocar romanos por alemães, na deixa. Não sei...que se lixem os Germanos! diria eu.
Mas como isso poderá ser feito se todos têm medo dos romanos, perdão Germanos. Sim, se lhes viramos as costas eles cortam-nos os euritos, e ficamos de tanga, e já nem saberemos para que lado nos virarmos, até teremos saudades de quando estávamos em crise, lembram-se, diriamos como da ditadura, ao menos naquele tempo tínhamos de comer.
Pois esta esperança libertadora que ainda não calculamos, por recusa pessoal de cada um, de a considerar, também não acontecerá com António Costa. Somos europeístas!dizem eles. Certo, mas perguntaria o Obelix, o que quer dizer isso?. Eles repondem tal e tal e tal, mas nada de mexer no Euro, está lá, dentro do assunto, mas é intocável.
Andamos todos a brincar às escondidas. HUu! Huu, onde está o Walet? está aqui e ali, mas nada de mexer no Euro.
Ora! quando o Sr.António Costa precisar de imprimir Euritos, que o peça ao Banco Central Europeu. Este instruído pela chancelerina dirá: por aqui ainda não temos essas práticas, ou seja, também procurarão esconder os euritos.
Portanto poderemos facilmente concluir que todos, não querem ver o problema. Então vou mostrar outra vez que o problema não é o Euro. Agora ficaram confusos não é? Mas é a verdade. O problema, repito não é o euro. porque esquecemo-nos do escudo. O problema foi termos deixado morrer o nosso escudo. Aqui a palavra chave não é o escudo, compreendam; a palavra chave da declaração é "nosso". Como não temos o "nosso" escudo, temos que lhes pdeir a eles o deles "Euro". Isto é como eu pedir ao meu amigo que me dê dinheiro do "dele", porque eu não tenho do "meu dinheiro". O meu amigo, chamo-lhe assim talvez por conveniência, até me foi emprestando, mas agora olha para mim com desconfiança e desdem. Afinal já todos sabiam antes que eles eram mais ricos; agora sentimos na pele o que isso quer dizer na prática.
Que lhes importa a eles que voltemos lá, os chamemos de amigos, mas precisamos de mais euros para levantar a nossa nação. Eles olham-nos "respeitosamente", mas na verdade já quase não nos podem ver mais. Afinal sempre que aparecemos, está normalmente relacionado com a ideia de estarmos a usar e ainda precisarmos de mais dos "seus" Euros.
Portanto, parece que dizer que somos europeístas significa sermos pobres, por sermos obrigatoriamente do euro. Ora, podemos considerar agora que se o euro é deles e não podemos emitir euros, nem eles nos dão euros emitidos de acordo com as nossas necessidades, então o Euro é uma moeda estranha à nossa civilização portuguesa.
continua....noutro momento...